domingo, 16 de maio de 2010

Esztergom

Alo Voce!

Mais uma vez vamos falar de carros, e mais uma vez vamos falar de uma marca que me causa estranhesa: Suzuki.



Nada contra os carrinhos simpáticos e divertidos carros da marca japonesa, mas colocando a minha experiencia de vida no Brasil (como crianca e adolescente) e na Europa (como profissional e adulto), eu nao tenho como nao rir de como a percepcao das coisas muda com o tempo.

Vamos antes falar um pouco da Suzuki como empresa:
Nascida como uma diversificacao de uma industria textil no início do século 20, como fábrica de micro-carros, com avancos tecnológicos bem avancados pra época. No entanto, teve sua vida muito reduzida pois logo em seguida a sua criacao, desperta a 2a. Grande guerra, e carros civis nao eram o bem mais valioso, por isso a producao é encerrada.

Após o fim da guerra, a empresa regressa ao mercado, cria um motor elétrico para bicicletas e acaba por receber dinheiro do Governo Japones para desenvolver a ideia (no Brasil esse monstro é conhecido como Mobylete). Assim nasce a moderna SUZUKI MOTOR CORPORATION, tendo mobiletes e motos como seu principal mercado.

Logo em seguida, a empresa retorna a suas atencoes para os carros, e eventualmente para motorres marinhos (barcos), seguindo uma linha muito próxima à da atual Honda, embora trabalhe em escalas bem menores.

A Suzuki, entre algumas peculiaridades, tem seu principal mercado na India, e suas unidades fabris, de tempos em tempos produzem carros para outras empresas (Subaru / GM / Fiat / Mazda / Nissan).

Na Europa, todas as operacoes (automotivas) estao concentradas na unidade fabril de Esztergom (Hungria).Que é uma cidade histórica para os Hungaros (O grande lider dessa nacao o Rei Stephan nasceu aqui), e tem uma basílica maior que a da capital! Fica no norte do País, na fronteira com a Eslovaquia.

Nada contra os Hungaros, e nada contra uma empresa consturir sua fábrica num pais "de baixo custo" mas sinceramente... Esztergom está longe de tudo!! fica no meio do nada !  Pra se chegar lá é mais ou menos assim: 3 horas de aviao (normalmente super cheio) para a Capital do pais (Budapeste), 1 hora até sair do aeroporto e encontrar (debaixo de chuva ou neve) o carro de aluguel, e mais 2 horas dirigindo de carro para chegar nessa cidade. Entao voce chega no maior (e dito melhor) hotel da cidade, que ainda é do tempo soviético, em que os quartos mais parecem dormitorios militares, com paredes completamente brancas de 4 metros de altura, e nem um simples quadro ou "corzinha" para atenuar as coisas... e duas camas que sao duras o suficiente para te fazer pensar que o chao é mais macio para dormir.

Pelo menos a vista é legal, olhando sobre o Rio Danúbio (que está a 50 metros do hotel, e vendo a Eslováquia do outro lado da ponte. Infelizmente todas as vezes que estive na Hungria, era inverno e o tempo horrivel.

Aqui uma foto que encontei na internet, muito provavelmente tirada do mesmo Hotel:


Vamos à empresa: A Suzuki na Hungria em especial nessa regiao é a maior empregadora, e como toda empresa Japonesa, tem toda a sua Direcao feita por Expatriados vindos diretamente da Matriz, e curiosamente, como a populacao local nao tem muita experiencia fabril, muitos operários tambem sao trazidos do Japao para treinar a populacao local. e se nao bastasse, muitos dos funcionários moram na / sao da Eslováquia..... Jesus ! que bagunca!

Mas ressalvas sejam ditas: A culinária hungara é muito boa, e come-se muitíssimo bem nessa terra. Sugestao é parar no restaurante que existe em Visegrad (no caminho para Esztergom), que fica próximo de um castelo medieval (foto restaurante abaixo). Lá alem de se comer muito bem, pagar pouco, voce ainda ouve música medieval, e se estiver no espírito "turista", coloque uma das fantasias e divirta-se tirando fotos! Ou ainda se entretenha com uma visao espetacular do Danubio!


Agora voltemos às percepcoes de vida....

Quando eu estava no Brasil, e as importacoes iniciaram, meu Pai trabalhava na 2a. maior importadora independente de automóveis do Brasil, e eu tive a oportunidade de viver no mundo dos carros importados... E qual nao era a minha surpresa ao ver pessoas deixando de comprar um Monza, Santana ou até mesmo um Omega, só para comprarem um Suzuki Swift, Vitara ou Samurai (fotos abaixo).

E tudo isso pra que??? Só para dizer que tinham um carro importado, que ele / ela tinha condicoes de pagar 75% de taxa de importacao no bicho!!!! E pior ! eram carros menores que um Fiat Uno, mal acabados, e de suspencao super dura, e ficavam bastante longe da qualidade (e espaco) de um Monza ou um Santana...  E agora faco a seguinte pergunta: quantos desses carros Suzuki voces aindam veem nas ruas?

Exatamente!

E aí entra a parte "adulta" da história: Agora temos o novo Swift (lancado em 2004 / 2005, foto abaixo),

eles ainda sao comuns, mas já tornam-se cada vez mais difíceis de serem vistos. e até agora nao entendi o porque. Parecem gatos! os carros somem para morrer longe dos olhos do seu dono....

O meu vizinho aqui na Alemanha tem um prateado, de 2007.... estou de olho para ver quanto tempo leva para o carro se decompor... ou sumir... sabe-se lá o que acontece com esses bichos!

Deixem seus comentários, e até breve!

See ya!

3 comentários:

  1. óh só, nem li tudo, mas só pra te dizer q n consegui te mandar email!!!!1 tentei mas n foi!!!
    bjaooooooooooooo

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  2. 1992 custando 29 000 dólares. E você sabe bem disso porque cresceu nesse meio.

    Uma bela diferença, não? Com essa grana dava pra comprar um Accord completo! Mas o brasileiro paga e não reclama! Tudo culpa dessa "cultura da inflação" que foi-se nos tempos dos cruzeiros. Por conta disso, o brasileiro até hoje não sabe quanto custa um carro de verdade (e o governo e as montadoras ainda deitam e rolam em cima disso!).

    É por isso que carros como o Monza e o Santana eram considerados "de luxo". Até dou risada quando pego uma Quatro Rodas dos anos 80 e vejo lá "confronto entre os luxuosos Monza Classic e Santana GLS". É ridículo... o carro era de "luxo" só porque tinha vidro elétrico... pqp! Era só abrir o capô e ver um motor jurássico alimentado por carburador! E além disso, com uma qualidade bastante duvidosa...

    Afinal, eu NUNCA vi um Swift com monobloco TRINCADO... mas no Santana isso era comum. Mês passado largaram um aqui na rua de trás da minha casa por conta do mesmo problema. Outra coisa são os arremates grosseiros da lataria do Santana e do Monza que surgem com o tempo. Dá até pra enfiar um dedo no vão entre o farol e a lataria! Meu Swift tem quase 17 anos e está com os vincos PERFEITOS, como se estivesse recém-saído da fábrica.

    E, bom, sobre o Monza... sem comentários. O painel era ruim e ultrapassado, a direção hidráulica era mole demais (um perigo em altas velocidades), sem falar na qualidade dos tecidos dos bancos que, de tão ruins, geravam eletricidade estática. Ou seja, cada vez que ia abrir a porta, levava um choque. Sem falar na durabilidade ZERO. Houve casos em que o motor do Monza precisava passar por retífica parcial (troca do virabrequim) com APENAS 40 mil km. Sem falar nas versões com câmbio automático, que eram as piores. Meu pai teve um SL/E 1990 automático, e meu amigo... aquela merda morava na oficina! O planetário estourava toda hora! Tanto que meu pai vendeu o carro pro desmanche!

    Muito pelo contrário, ainda vejo alguns raros Swifts automáticos rodando por aí, e advinhe: sem problemas! Afinal, é preciso ser muito cavalo pra quebrar a maioria dos carros japoneses, que são tanques de guerra e suportam altas quliometragens sem pedir arrego!

    O que estragou a imagem do Swift no Brasil foi, entre outros fatores, a própria INGORÂNCIA dos brasileiros, que de tão acostumados a andar de Gol, Uno, Pálio deixaram de lado o Suzuki, que seria uma opção muito interessante em um país onde o povo não é rico, a gasolina é cara e as vagas de garagem são cada vez menores. Mas mesmo assim não vingou. Tudo porque o Swift tem um desenho que, de tão funcional, chega a ser "sem graça" aos olhos dos leigos que pagam pau pra Agile, "207" e aberrações do gênero. E eu tenho ORGULHO de dizer que meu Swift é menor que um Fiat Uno, pois ele cabe nas vagas mais apertadas que existem e, pelo tamanho, oferece um bom espaço interno pelo menos pro piloto e pra sua bagagem.

    Outro fator que infelizmente fez os Swift desaparecerem das ruas foi da PÉSSIMA assistência técnica prestada após a euforia da abertura dos portos... depois dos anos 90 muitas importadoras fecharam as portas e a própria Suzuki praticamente se retirou do Brasil, só voltando com mais força recentemente. O resultado disso? Peças difíceis de achar, disputadas em desmanches e, quando encontradas em autorizadas, extorsivamente caras e, isso tudo aliado à "ótima" infra-estrutura que o Brasil oferece: ruas e estradas cheias de crateras e valetas, sem falar da nossa gasolina, que de tão batizada devia se chamar "alcoolina". Se nossa gasolina não fosse tão podre, meu carro passaria dos 22 km/L facinho, facinho...

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  3. @Anonimo:

    Entendo o seu ponto de vista, mas como está salientado no texto, as condicoes em que os carros da Suzuki chegavam ao Brasil nao justificavam os precos cobrados. E eram na época apenas "exibicao" e nao necessariamente uma boa compra.

    PS: O Suzuki Swift do meu vizinho (o prateado de 2007 mencionado no texto), já se foi.... Sumiu tem umas 2 semanas.

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